Seu Nelson, o Vovô Ativo, como é conhecido em sua página no Facebook, teve de se aposentar mais cedo depois de um acidente que lhe prejudicou a memória. Foi um passo para a depressão. “Estava voltando de bicicleta do trabalho e fui atropelado por um carro. O acidente fez com que eu implantasse uma placa de acrílico na cabeça, pois eu não estava usando capacete. Comecei a ter perda de memória recente. Parei com todos os exercícios, engordei, fiquei com diabete tipo 2 e com depressão, pois não conseguia emprego novamente na área de informática”, conta.

Foi quando a médica recomendou que ele voltasse a se mexer e fizesse academia, porém, Sumihara nunca gostou de fazer exercícios em lugares fechados. A solução: os aparelhos de ginástica das praças públicas paulistanas. Sim. As academias ao ar livre mudaram a vida dele, tirando-o da depressão. “Comecei a usar a ATI em 2009, quando instalaram os aparelhos na praça Flávio Xavier de Toledo, em São Paulo. Coloquei em prática nos equipamentos os exercícios que aprendi no judô, atletismo e vôlei, tendo como base os exercícios feitos nas academias tradicionais que eu conhecia.”

Todo mundo me via fazendo os exercícios nos equipamentos e me solicitavam. Foi assim que comecei a dar dicas para mais de 5 mil pessoas há cinco anos

Embora a academia ao ar livre estivesse ajudando Sumihara a melhorar a qualidade de vida, ele confessa que não estava conseguindo perder barriga. “Comecei a aprimorar exercícios nos aparelhos para fortalecer o abdômen. Funcionou. Em três meses, diminuí a calça de número 46 para 40. Todo mundo me via fazendo os exercícios nos equipamentos e me solicitavam. Foi assim que comecei a dar dicas para mais de 5 mil pessoas há cinco anos.”

Trabalho voluntário

Desde que começou essa prática de exercício físico acessível para qualquer pessoa, Sumihara perdeu 17 kg e, a partir de então, abraçou essa experiência para provocar a mesma sensação para os outros. O vovô, diariamente, visita várias academias ao ar livre em São Paulo com o intento de levar seus conhecimentos para os frequentadores e, como se não bastasse, ele ainda conserta os aparelhos que necessitam de manutenção – contando com doações de material e dinheiro da própria comunidade.

Sumihara conserta, voluntariamente, os aparelhos avariados
Sumihara conserta, voluntariamente, os aparelhos avariados (Foto: Arquivo Pessoal)

“O conserto dos aparelhos começou porque um dia cheguei na praça Flávio Xavier de Toledo e quebrou a solda do banco do Multiuso porque o pessoal ficava de pé. Fui na subprefeitura do Ipiranga e, naquela época, eles não consertavam os aparelhos quebrados.”

Sumihara contou com a ajuda de alguns frequentadores, entre eles, o Djalma. Segundo ele, “o Sr. Djalma o ensinou a trocar os rolamentos dos aparelhos. Ele pagou o rolamento novo e todos os consertos dessa praça nos últimos cinco anos. Foi quando frequentadores de outras praças me viam consertando e perguntavam se era funcionário da prefeitura e ficavam sabendo que eu era voluntário. Ninguém acreditava. Começaram a solicitar o conserto em praças próximas à casa deles”, comenta.

O vovô ativo visitou mais de 60 praças em quatro anos. Ele lubrifica, troca rolamentos – quando tem – e conserta os bancos avariados. “Vou às praças para ajudar as pessoas a fazerem os movimentos corretos e consertar os aparelhos que estão quebrados.” E o mais impressionante: faz tudo isso voluntariamente – com sua bicicleta, munido de graxa e ferramentas.

Lições de vida

Há cinco anos circulando as academias ao ar livre com sua bicicleta, Sumihara não só encontrou aparelhos de ginásticas que precisavam de manutenção, como também vivenciou histórias que ficarão guardadas na memória. “Várias pessoas que não conseguiam andar por causa de problemas nos pés ou na coluna e até motoqueiros me agradecem pela melhora depois dos alongamentos e exercícios que ensinei”, relata Sumihara.

“Outro dia apareceu uma filha me agradecendo pois seu pai, que tinha problemas para se locomover, já não estava mais usando muletas e caminhando bem depois dos exercícios de fortalecimento da lombar e quadris que ele fez nas academias ao ar livre.”

Mas o que mais impressionou Sumihara foi o caso da Terezinha, que fazia exercícios no Museu do Ipiranga e na praça Pinheiro da Cunha, em São Paulo. Ela precisava emagrecer para fazer uma cirurgia bariátrica, porém, ela não estava conseguindo. “Depois das minhas dicas ao usar os aparelhos, ela emagreceu 62 kg em um ano”, conta.

Ziober Brasil

Hoje, o vovô ativo, que sempre foi fã do trabalho da Ziober Brasil, sente-se orgulhoso por ter seguido o caminho contrário da ociosidade e destaca a importância que os aparelhos de ginástica ao ar livre fabricados pela Ziober Brasil proporcionaram em sua vida.

Quem utiliza, nunca mais esquece e deixa de frequentar praças que não possuem a marca Ziober. Isso eu confirmo todos os dias

“Eu não consigo fazer meus exercícios específicos em aparelhos de outras marcas, pois parecem que foram feitos para crianças usarem e, também, porque são fracos e quebram rápido. Todos que me perguntam qual aparelho usar, sempre indico os equipamentos da Ziober, pois realmente funcionam e dão resultado. Quem utiliza, nunca mais esquece e deixa de frequentar praças que não possuem a marca Ziober. Isso eu confirmo todos os dias.”

Qualidade de vida para todos

As academias ao ar livre podem se transformar na “válvula de escape” que as pessoas – principalmente os idosos – precisam para melhorar a qualidade de vida. Para Sumihara, as pessoas têm de criar o hábito da atividade física e saírem do sedentarismo. Segundo ele, qualquer pessoa pode usufruir dos aparelhos.

Nelson fazendo exercício nos aparelhos da Ziober Brasil (Foto: Arquivo Pessoal)

“Eu aconselho sempre fazer exame médico para verificar as condições antes de fazer exercícios. Para perder peso e entrar em forma, todos deveriam, primeiramente, caminhar. Depois, começar a musculação nas academias ao ar livre para fortalecer a musculatura”, diz.

Atualmente, por causa da esposa e da falta de recursos, Sumihara está fazendo manutenção somente próximo à casa dele e no Museu do Ipiranga, em São Paulo. Em 2016, ele irá fazer um curso para a terceira idade em fisioterapia ou educação física. “A minha mulher está me pressionando para arrumar algum emprego. Na área da informática não consigo mais por causa da perda de memória recente. Quem sabe com o curso de educação física eu me torne um personal training da Academia da Terceira Idade?”

Para Nelson Sumihara, “tudo tem solução, é só não ficar parado e começar a caminhar, pois a saúde sempre vem em primeiro lugar”.

Por Gustavo Rosas

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