Nos anos oitenta, um grupo de amigos se reuniu em uma fazenda na região de Maringá (PR) para uma despedida de solteiro diferente. Amantes de aventura e esportes radicais, os companheiros do noivo decidiram fazer uma trilha e subir um morro de moto. Mas um dos amigos, que amava esses desafios, usava outro veículo: um Jeep Willys. Ele se sentiu desafiado a fazer com o carro o que os parceiros estavam fazendo sobre duas rodas, no entanto, a empreitada falhou: o jipe ficou de lado na subida e, ao tentar alinhar o carro, o pneu escorregou em uma pedra, tombou e capotou 15 vezes. Os passageiros conseguiram pular, mas o piloto caiu do carro de ponta cabeça, bateu o crânio e o veículo passou por cima se sua mão, esmagando os ossos…. Os amigos o levaram de camioneta até um hospital, onde foi constatada uma fratura no pescoço.

O jipeiro acidentado era Paulo Ziober Junior, fundador da Ziober Brasil. Ele precisou colocar quatro parafusos no crânio e um peso de cinco quilos para dar tração. “A minha família toda ficou muito preocupada, com medo de eu ficar paralítico, mas graças a Deus hoje eu estou andando”, conta. 

O acidente fez com que o piloto começasse a pensar em como poderia deixar o carro mais seguro nesse tipo de esporte. “Comprei uma máquina usada, fiz algumas modificações e comecei a dobrar alguns canos para fabricar estruturas de proteção, as chamadas ‘gaiolas’, para evitar que eu me machucasse caso acontecesse novamente de o carro virar. E virou, mas dessa vez eu estava com a proteção da estrutura. O carro só amassou e o parabrisa quebrou, mas eu não me machuquei”, relembra.

Dali, surgiram encomendas de peças e acessórios para amigos e conhecidos. O trabalho foi crescendo e Paulo Ziober Junior se tornou referência em dobras de cano e outros serviços metalúrgicos, não apenas para veículos off road, mas também para a construção civil. Anos depois, essa habilidade rendeu a ele o convite para fabricar as primeiras Academias ao Ar Livre do Brasil, dando origem à Ziober Brasil e tornando a empresa paranaense referência mundial na fabricação desses equipamentos. 

Entretanto, mesmo com o sucesso das academias, a fabricação de acessórios automobilísticos nunca parou – era a Ziober Off road. Mas esse braço da empresa precisava de um espaço próprio para expandir e, assim, em 2017, nasceu a Rhino Off Road

Amor que ultrapassa gerações

O engenheiro mecatrônico Pedro Ziober, além de filho de Paulo, se tornou também seu parceiro de trilhas e competições. Foi com a ajuda dele que o hobby se concretizou como negócio. “Meu foco sempre esteve em buscar novas ideias. Em 2016, a gente estava fazendo uma trilha e quebrou um carro nosso. Saímos tristes e decidimos fazer uma gaiola forte e robusta, que trouxesse segurança. A gente construiu o equipamento em 2017 como um hobby, para curtirmos as trilhas, e o pessoal começou a gostar daquilo que a gente produziu. Dali novas ideias foram me instigando a pensar sobre como as montadoras surgem. Tudo teve um início e eu senti que a gente tinha um potencial imenso de criar uma marca e explorar novos mercados na parte automotiva”, relembra Pedro Ziober sobre o surgimento da Rhino.

Pai e filho seguem competindo juntos e inovando na fabricação não apenas de acessórios, mas de veículos inteiros, que hoje são vendidos para todo o Brasil. “Isso está no sangue e a gente ama o que faz. E hoje seguimos nas trilhas, mas com toda a segurança. Fazemos carros com a maior proteção possível”, diz Paulo Ziober Junior.

Além de fabricar os mais diversos equipamentos para proteção do veículo, a equipe da Rhino faz questão de sempre orientar os clientes sobre a importância do uso de equipamentos de proteção também para o piloto. “Desde os ‘bancos concha’ que encaixam melhor o corpo e cintos de quatro ou cinco pontos, até o capacete e a proteção cervical, principalmente em provas, onde há muitos solavancos que podem acarretar em acidentes fatais”, explica Paulo. 

E quando o assunto é segurança, vale sempre investir no que há de melhor em tecnologia. “Sempre recomendamos cintos que tenham um desengate rápido, porque pode acontecer de o veículo tombar dentro de um rio, por exemplo, e você precisa sair rapidamente do veículo. O carro já tem abertura para saída de emergência, mas o cinto precisa abrir fácil, por isso vale a pena investir numa tecnologia superior”, detalha Pedro Ziober.

“Todo mundo gosta do off road. É um esporte gostoso, a adrenalina está lá em cima… A gente quer voar que nem um passarinho, quer correr, patinar, andar na lama… E tudo isso é possível, se for feito com segurança” finaliza o fundador da Rhino Offroad e da Ziober Brasil.