A iniciativa parte de um grupo de apoio para pessoas com fibromialgia e está presente na Unicesumar; trata-se de um trabalho de extensão para melhorar os sintomas da síndrome

Não é novidade que as academias ao ar livre se tornaram ferramentas para quem procura melhorar a qualidade de vida. É comum se deparar com os aparelhos de ginástica ao ar livre nas praças dos municípios, porém, podem ser encontradas em outros lugares também, como em universidades.

É o caso da Unicesumar, de Maringá, que desfruta de uma Academia da Terceira Idade da Ziober Brasil e que proporciona mais do que bem-estar para quem deseja frequentar. Lá, há um projeto de extensão de um grupo de apoio a pessoas com fibromialgia, coordenado pelo departamento de psicologia da instituição.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a fibromialgia é uma das doenças reumatológicas mais frequentes. O principal sintoma é a dor difusa e crônica que migra por vários pontos do corpo e se manifesta especialmente nos tendões e nas articulações, mas a pessoa pode apresentar ainda fadiga, distúrbios do sono, rigidez matinal, paralisia de extremidades entre outros.

O Projeto

O grupo de apoio, coordenado pelo psicólogo e professor dos cursos de psicologia e educação física da Unicesumar, Leonardo Pestillo, 31, acontece quinzenalmente e tem como objetivo ajudar as pessoas – principalmente as mulheres, as quais a síndrome atinge em 90% dos casos – a conviverem melhor com os sintomas da fibromialgia.

O coordenador do projeto, Leonardo Pestillo, esclarece dúvidas das mulheres com fibromialgia (Foto: Arquivo Pessoal)
O coordenador do projeto, Leonardo Pestillo, esclarece dúvidas das mulheres com fibromialgia (Foto: Arquivo Pessoal)

“O projeto é multidisciplinar e quando vi a ATI na universidade, achei bacana levar as mulheres para lá”, comenta o psicólogo. Ele conta com ajuda de professores de educação física para realizar as atividades da maneira correta com as mulheres que participam do projeto na ATI da universidade.

Com a vantagem de ter um ambiente agradável, a academia possui aparelhos que ajudam a trabalhar a força muscular e a ativar as articulações, além de proporcionar maior agilidade e promover a flexibilidade.

O projeto existe há quatro anos e há mulheres que participam desde o primeiro. Neste ano, participam em torno de 20 mulheres com idades que vão de 20 a 60 anos.

O sucesso do grupo de apoio fez com que portas abrissem para as mulheres que procuram melhorar o bem-estar por meio do projeto. Hoje, além da academia ao ar livre da universidade, as participantes ganharam a oportunidade de frequentar uma clínica de fisioterapia.

“Com o projeto, nós conseguimos que uma clínica de fisioterapia abrisse um horário específico para que as mulheres façam hidroginástica. A melhora é significativa”, afirma o psicólogo.

Segundo ele, “a parte da fisioterapia quem faz é uma professora da Unicesumar, para mostrar às mulheres o que elas podem fazer”.

O objetivo é que o profissional da educação física leve as mulheres até a ATI e explique o tipo de exercício que elas podem realizar

Academia da Terceira Idade na Unicesumar (Foto: Hugo Carlone)
Academia da Terceira Idade na Unicesumar (Foto: Hugo Carlone)

Além das atividades físicas, o projeto conta com palestras. A cada encontro, um profissional da área é convidado para transmitir conhecimentos sobre a síndrome.

“Nesse período, convidamos profissionais como médicos, farmacêuticos, fisioterapeutas e educadores físicos para falar mais especificamente sobre a fibromialgia”, diz Pestillo.

Para ele, “como o projeto é informativo, o objetivo é que o profissional da educação física leve as mulheres até a ATI e explique o tipo de exercício que elas podem realizar”.

Alunos também participam do projeto

O projeto é realizado pelo departamento de psicologia da Unicesumar. Segundo Pestillo, “quem ajuda são os alunos do terceiro ano do curso de psicologia”.

“Trata-se de um grupo informativo em que os alunos de psicologia participam levando informações sobre a síndrome da fibromialgia”, completa.

As academias ao ar livre em universidades tornam-se importantes aliadas no cuidado e bem-estar das pessoas com projetos multidisciplinares como esse e dão espaço para que mais programas se iniciem.

O grupo de apoio ainda conta com uma página no Facebook para as pessoas – principalmente as mulheres – que se interessam pelo projeto e buscam conviver melhor com a síndrome da fibromialgia.

Por Gustavo Rosas

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